quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Vida de gente grande


O que ninguém me contou quando criança  que dava tanto trabalho e tomava tanto tempo assim ..essa tal de vida adulta. Eu via as pessoas grandes com seus trabalhos importantes e achava o ápice, ser por exemplo um professor, ensinar aos outros, ser um médico que cura as pessoas…UM PUBLICITÁRIO..que porra nenhuma.. o publicitário não tava na minha e nem na listinha do "o que quero ser quando crescer" das crianças 80tentistas!
Mas não parava para pensar em quão trabalhoso isso é. Na época nem via  as pessoas sofrendo isso, também por que minha mente sempre estava ocupada em outras coisas como: meter o dedo na tomada, brincar de boneca, fazer da mesa da sala de jantar minha casa, alugar revistinha da turma da monica em baixo do prédio,pirar no pira garrafão, no pira esconde, pira pega.. eu gostava mesmo era desse tipo de piração sem compromisso, o único compromisso era com a minha mãe depois das 19:00 direto pra casa, banho, janta, bodáá!
Hoje, quando a corrida dos ratos me pegou e não vejo uma saída próxima, olho tanto para frente quanto para trás e digo:
_Não quero mais essa vida de Gente Grande.
A Gente Grande não tem tempo! Seja para brincar, seja para se divertir, divertir quem se gosta, seja até para um cafuné… Sempre correndo, assumindo responsabilidades e nessa “brincadeira” acabando por perder contato com os amigos que estão em outra cidade, aqueles que cresceram junto com a gente, que nos viram ficar apaixonados pela primeira vez, que nos ajudaram na cola da escola, presentes naquelas primeiras baladas, primeiros porres, aturando os choros das perdas.. perder contato com grandes criaturas faz querer voltar a ser criança!
Infelizmente, com a grande maioria dos meus amigos eu só converso por e-mail ou msn; os que ainda não aderiram à vida digital eu tenho falado menos ainda…
Nessa vida de gente grande até a familia mesmo acaba sendo deixada um pouco de lado, e na maioria dos casos falamos que é natural, que é um processo da vida “se desligar” de seus pais., afinal, dizem que e de lei. Talvez, mas só se for um processo da morte… Uma preparação inconsciente para esse desligamento.
Sinto nos ombros hoje a responsabilidade de viver em dois mundos. afinal nunca me permiti abandonar minha criança interior por completo, mas apartir de um tempo passei a ter  responsabilidades da Gente Grande que podam e encoleram minha criança…
Eu não tenho a resposta final deste post, não tenho a medida de balanço perfeito entre essas duas vidas…
Só me sinto dividida entre elas…
Normalmente a balança esta pendendo para um lado, o lado Gente Grande pesa mais…ele me cobra o tempo todo as tais posturas e pensamentos..
Acho até que é isso o que me incomoda realmente. Não poder ser o contrário…
Mas aí vem a pergunta do Morpheus nesse momento:
Se eu pudesse, eu realmente iria querer?!
elaia!   deu largada.....

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