Ao fugir do amor-próprio, a pessoa corre o risco de cair no egoísmo que é a distorção de um ego frágil, carente, ferido ou traumatizado. O egoísta não acredita no amor, porque não se ama e duvida que possa ser amado. Acha que, por não ser amado, não vai receber ajuda de ninguém; por isso, tenta apoderar-se de tudo. Nessa ânsia, ele não se preocupa com ninguém e passa por cima de qualquer um.
Dentro da dinâmica do egoísta, podemos observar que ele não usufrui do companheirismo porque não pode ser transparente nas suas intenções. Não se pode mostrar como é. Nunca é direto e aberto, espontâneo ou autêntico. O egoísta não pode desfrutar de proximidade com o outro, porque não pode ser visto. Reflete sempre a imagem e não a pessoa. Não pode gozar de reciprocidade, porque não tem nada para dar. Não participa da mutualidade, porque não sabe trocar. Desconhece as vibrações do amor, porque a sua ação é constantemente governada pelo interesse próprio. Nem do sexo ele pode desfrutar, porque só pensa em usufruir.
O egoísta não pode interagir intimamente porque não se consegue entregar para uma relação honesta. Não emite calor, é frio, distante, solitário. Pode até acumular muito, mas é um eterno carente, com um vazio constante. Está sempre insatisfeito, porque sofre até com o que come.
O amor-próprio também não é narcisismo. O narcisista gosta demasiado de si próprio. Tem um ego inflado, pensando que é a coisa mais importante do mundo. Adora a sua própria imagem. Não cresceu para se tornar um adulto nas trocas com o mundo. A sua imagem é o objecto de adoração. Não se cuida no que é essencial, mas gasta a vida no que é artificial, invertendo os valores. Valoriza a banalidade, vulgariza o que é nobre. Falseia a modéstia; finge humildade com um objectivo: promover--se. Não sabe que o ser humano é mais que a imagem; que a pessoa é mais do que a imitação. O seu rosto não muda, porque é uma máscara que não envelhece.

Body!!! Que demais esse texto... tive novas óticas sobre o egoísmo. Que menina espertinha! rs.
ResponderExcluirbjo!